Ao que tudo indica, o início da cobrança de taxas de portagens na A23 está previsto para 15 de Abril. E pelos vistos, quem entrar no Entroncamento e sair em Torres Novas, ou vice-versa, não irá ter qualquer verba retirada da conta.
No passado dia 3, o presidente da Câmara do Entroncamento reuniu com Paulo Campos, Secretário de Estado Adjunto das Obras Públicas, para debater o assunto. Carlos Matias, vereador do BE, questionou Jaime Ramos na reunião camarária de segunda-feira para saber se tinha novidades. E a avaliar pela reacção imediata do edil, terá ido a Lisboa só para perder tempo: “Em alturas de poupança, mais valia ter-me mandado um e-mail, pois só me disse onde iriam ser colocados os pórticos, que estão a ser montados por conta e risco do empreiteiro”.
Segundo Jaime Ramos, será colocado um pórtico na Zibreira e outro a seguir à saída para o Entroncamento, já perto do viaduto do Casal Sentista. Ou seja, quem entrar no nó de Torres e sair no Entroncamento, não irá pagar portagem. Mesmo assim, Jaime Ramos preferia que o pórtico junto ao seu concelho fosse instalado no alto da Barquinha para que o troço entre o Entroncamento e a Atalaia (nó do IC3) não fosse taxado. Assegurou ainda que os residentes no Entroncamento terão direito a 10 passagens grátis por mês até Julho de 2012.
Recorde-se que no final da passada semana, o parlamento chumbou projectos de resolução do Bloco de Esquerda e PCP para travar a introdução de portagens na A23. O PS e PSD votaram contra, enquanto o CDS se absteve.
Segundo o BE, os deputados do PSD e PS eleitos por Santarém preferiram remeter-se ao silêncio, evitando responsabilidades no posicionamento dos seus partidos. “Os dois partidos do bloco central têm duas caras: uma que fala aqui, no distrito, outra que se cala na Assembleia”, afirmou Carlos Matias, desconhecendo que o PS e PSD também chumbaram uma moção contra as portagens apresentada pelo BE na última sessão da assembleia municipal de Torres Novas.
O BE promete continuar a lutar por uma política de mobilidade que ponha as necessidades da economia e da coesão territorial no centro das prioridades. “Continuaremos a bater-nos para impedir a concretização desta medida, injusta do ponto de vista social e contraproducente do ponto de vista económico. E continuaremos a denunciar a incoerência de quem tem um discurso dentro da Assembleia e outro fora dela”, conclui Carlos Matias.
Marcha lenta a 8 de Abril
A comissão de utentes das A23, A24 e A25 também não desiste e já marcou uma nova acção de luta contra a colocação de portagens nestas vias. Está agendada para 8 de Abril uma marcha lenta contra a cobrança que tem início uma semana depois.
in "O Riachense" 18.03.2011
