sábado, 20 de novembro de 2010

Autarcas do Médio Tejo mostraram falta de alternativas a secretário de Estado

Os presidentes de câmara dos concelhos servidos pela A23 uniram-se por uma causa comum: a luta contra as portagens naquela via. Numa viagem pelas alegadas alternativas à via rápida, os autarcas esgrimiram os seus argumentos ao secretário de Estado, mas não obtiveram qualquer resposta.

Os autarcas dos concelhos servidos pela A23 reuniram na terça-feira, 16 de Novembro, com o secretário de Estado dos Transportes durante uma volta pelas alternativas, ou falta delas, caso aquela via venha a ser, de facto, portajada. No final, a convicção era pouca ou nenhuma: ”Não tenho ideia do que irá acontecer. Normalmente, quando há reuniões, saímos com uma ideia do que irá ser feito, mas desta vez não. O secretário de Estado não criou expectativas, nem as desiludiu”, disse António Rodrigues, presidente da câmara de Torres Novas e presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo. ”Nós, autarcas da região, fizemos a nossa obrigação, apresentámos os nossos argumentos, que são muito evidentes em alguns sítios. Agora vamos aguardar, mas não é um processo fácil”, adiantou ainda Rodrigues, antes de dizer que abrir um precedente para o centro do país, criaria problemas com as outras regiões onde o pagamento das SCUTS avançou.

Os constrangimentos de trânsito que o eventual pagamento da A23 trará aos municípios envolventes é um dos principais argumentos apresentado pelos autarcas que se opõem à medida, mas não é o único. O facto de haver estradas municipais que irão ser muito mais utilizados aquando da eventual entrada em vigor das portagens, preocupa os autarcas, como comentou António Rodrigues: ”Em alguns casos, as alternativas são estradas municipais, o que traz questões administrativas. O estado deixaria de usar uma estrada estatal para usar uma estrada da autarquia. É verdade que somos todos do mesmo país, mas as câmaras estariam a suportar despesas de manutenção de estradas municipais, para o governo ganhar dinheiro com estradas nacionais”, alerta Rodrigues, dando o exemplo da agora estrada municipal 3 (antiga EN3), em Torres Novas.

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Por uma questão de proximidade, Rodrigues focou ainda a estrada que liga Torres Novas ao Entroncamento, que apresenta inúmeros constrangimentos de trânsito, especialmente na zona do Botequim. Um factor a ter em conta, diz, em grande parte pela grande afluência ao concelho vizinho, graças à ferrovia.

A decisão do Governo, seja ela qual for, deverá ser conhecida no primeiro trimestre de 2011.

in "Jornal Torrejano" 2010.11.19