A moção aprovada em uníssono pelos elementos das diferentes cores políticas que compõem o executivo municipal, manifesta preocupação com a incerteza e angústia de muitos ferroviários e solidariedade para com os trabalhadores na defesa pelos seus postos de trabalho.
Entretanto há mais medidas previstas neste combate pela estabilização financeira da CP. Será suspenso um comboio regional diário entre o Entroncamento e Coimbra e dois entre o Entroncamento e Castelo Branco. Também o preço das tarifas vai ser actualizado em 4,5 por cento e nos passes sociais os aumentos serão na ordem dos 3,5 por cento. Jaime Ramos, presidente da autarquia, criticou a prioridade que o Governo deu no investimento da electrificação da Linha da Beira Baixa e respectivo adiamento de outros investimentos, na sua óptica mais urgentes, para agora cortar nas ligações.
Carlos Matias (BE) defende que estão a ser efectuados ”cortes cegos”, reduzidos serviços públicos e que se está a ir ”ao bolso” das pessoas com o aumento dos preços dos bilhetes quando, no seu entender, se deveria estimular ainda mais o uso do comboio enquanto meio de transporte ecológico. ”Se um carro que vai para Lisboa levar duas pessoas já compensa em relação ao comboio”, atirou. Alexandre Zagalo, vereador do PS, diz-se perplexo com o aumento dos bilhetes e passes sociais, criticou o espectro do despedimento colectivo, afirmou que se está a acabar com o Estado Social e acusa os governantes de não conhecerem a realidade do país. Jaime Ramos (PSD), presidente da autarquia, foi cáustico e arrasou a competência dos deputados, ministros e secretários de Estado ”As pessoas encontram na política um trampolim para acabarem nas empresa públicas a auferir rendimentos cinco vezes superiores ao que têm. Não é de agora, é de sempre. Há uma grave crise de competência e isto tem sido cíclico”, protestou, em desacordo com as políticas e reformas que têm vindo a ser implementadas pelos socialistas.
in "Jornal Torrejano" 2010.12.24